Presidente Lula fala ao pé do ouvido do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa Cristiano Mariz/O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva bateu o martelo sobre o destino da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), alvo de preocupação e críticas no Palácio do Planalto após os atentados golpistas de janeiro que culminaram com a invasão e depredação da sede dos três poderes.
“Colocar a Abin sob o comando da Justiça poderia dar um choque”, disse um influente ministro de Lula. Isso porque a pasta já conta com os serviços de “inteligência” de outro órgão estratégico para apurações – a Polícia Federal.
Além disso, deixar a Abin com o Ministério da Justiça aumentaria ainda mais o poder e a esfera de influência do ministro Flávio Dino (PSB), que ganhou protagonismo no governo após os ataques.
A Abin esteve tradicionalmente vinculada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. A agência define sua missão como “antecipar fatos e situações que possam impactar a segurança da sociedade e do Estado brasileiros”.
Em 2015, no governo Dilma Rousseff, a petista promoveu uma reforma administrativa que realocou a agência na Secretaria de Governo. Após o impeachment e com a chegada de Michel Temer à Presidência, a Abin voltou para o GSI.
A agência se tornou alvo de críticas de Lula após os atentados de 8 de janeiro, quando as forças de segurança foram omissas e até coniventes diante da invasão do Congresso, do Supremo e do Planalto.
“Aqui nós temos inteligência do Exército, do GSI, da Abin, da Marinha, da Aeronáutica… a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse que viriam oito mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília”, disse Lula, em entrevista à Globonews.
Da Redação >Alberval Figueiredo
O Globo