Em live na manhã desta terça-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou que a distribuição de mais de R$ 8,5 bilhões em emendas parlamentares tenha influenciado a aprovação de projetos importantes do governo federal na Câmara na semana passada.
Recentemente, a Casa aprovou a reforma tributária e a volta do “voto de qualidade” ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Lula afirmou que não adota uma política de “é dando que se recebe”. De acordo com ele, a aprovação ocorreu por conta de “muita persistência” do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e dos líderes do governo na Câmara para negociar a “governabilidade” do país.
“O partido que ganha as eleições precisa construir uma maioria para governar, para aprovar as coisas que o governo considera importantes para o país. Tem que ter maioria”, disse o petista.
Lula diz que o ideal seria não precisar negociar, “mas não é assim”. “O ideal seria que o partido elegesse todo mundo”, disse o petista exemplificando que mesmo com uma grande maioria absoluta, nem mesmo Ulisses Guimarães na Constituinte e nem José Sarney no governo conseguiram aprovar tudo o que pretendiam sem muita negociação.
Essa negociação, disse Lula, se dá pela aceitação de ideias, de que o parlamentar “pode ter uma ideia melhor do que o governo teve” quando enviou determinado projeto de lei ao Congresso Nacional.
“Eles [parlamentares] têm uma procuração do povo para votar”, disse Lula, ressaltando que a negociação com os congressistas também depende muito de como o relator escolhido vai articular.
“A política será facilitada ou não de acordo com o relator. E o Aguinaldo [Ribeiro-PP/PB, relator da reforma tributária na Câmara] teve um comportamento exemplar, levou a sério”.
“Foi uma semana importante e espero que o Senado repita a votação da câmara. Espero chegar ao fim do ano com uma política tributária nova que não precisemos mais discutir”, completou.