O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa a partir desta segunda-feira, 17, de cúpula entre os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia em Bruxelas, capital da Bélgica. Com o acordo comercial entre o Mercosul e a UE como principal pauta, o petista afirmou que a missão nesta nova viagem — a décima em pouco mais de sete meses de mandato — “será aprofundar relações entre as regiões”. O primeiro compromisso do presidente, na manhã desta segunda-feira, 17, foi uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na qual a questão ambiental foi o principal tema. Lula frisou que o Programa de Transição Energética é uma “prioridade do governo” e disse que vai convidar o bloco europeu a participar do plano. “A transição energética passa a ser uma prioridade no nosso governo. Esse é um assunto que é de interesse da União Europeia e do Brasil. Neste ano, ao apresentarmos um programa de desenvolvimento do Brasil, estará incluído nele um grande programa de transição energética. Vamos convidar a UE para participar”, afirmou o petista. Ursula, por sua vez, ressaltou que a UE tem interesse em investir na região e de garantir um programa de transferência de tecnologia para transformar as indústrias tanto do Brasil quanto da América Latina em mais competitivas e produtivas. No encontro, o presidente brasileiro também frisou a importância de se avançar no acordo entre Mercosul e UE.
Compromissos contra o desmatamento e outros temas ambientais viraram obstáculos nas demoradas negociações sobre o tratado comercial entre UE e Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai). Von der Leyen disse que tem a ambição de “resolver as questões pendentes o mais rápido possível”. Há poucos meses, no Brasil, Lula se reuniu com a presidente da Comissão Europeia e reforçou sua contrariedade com sanções impostas pelos europeus. Os dispositivos incluem punições em caso de descumprimento de medidas, principalmente ligadas à preservação ambiental. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil e o Mercosul, bloco do qual Lula é presidente temporário, preparam uma resposta aos europeus. Internamente, o governo brasileiro avalia que esse dispositivo não tem preocupação ambiental. Seria apenas uma forma de proteger o mercado europeu do crescimento do agronegócio brasileiro. O presidente ficará em Bruxelas até quarta-feira, 19.