Base do ex-presidente reflete vácuo de liderança e vê força de Bolsonaro se esfarelar nas ruas e nas redes
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em ato golpista na frente do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo, durante a posse do presidente Lula –
Com seu líder fora de combate, o bolsonarismo viveu os primeiros dias do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em clima de desorientação e esfarelamento, com desmobilização nas ruas e nas redes sociais, enquanto Jair Bolsonaro (PL) aproveita férias nos Estados Unidos.
A base arregimentada pelo ex-presidente refluiu no início do mandato do arquirrival na Presidência, com a agitação virtual longe dos patamares até então comuns e políticos outrora aliados buscando descolamento —num processo que ainda não se sabe se é passageiro ou definitivo.
Bolsonaro, que deixou o Brasil dois dias antes de Lula assumir, foi ignorado nos discursos de posse de dois dos governadores do Sudeste que o apoiaram no segundo turno, Cláudio Castro (PL-RJ) e Romeu Zema (Novo-MG), e recebeu agradecimento apenas de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
O ex-ministro da Infraestrutura que o ex-presidente lançou candidato ao governo paulista mencionou o padrinho em seus dois discursos no dia 1º, enumerou resultados econômicos da gestão federal e lembrou que só avançou na carreira política graças ao ex-chefe.
Após expressar gratidão, não indicou como fica a ligação entre eles daqui para a frente —e disse esperar uma relação “profissional, republicana e cordial” com Lula, em gesto de pacificação e diálogo.
Da Redação>Folha> Alberval Figueiredo