Em Capitães da Areia, publicado em 1935, Jorge Amado descreve a essência de Salvador e da sua formação enquanto primeira capital do Brasil: “na sua frente estava a cidade misteriosa, e ele partiu para conquistá-la. A cidade da Bahia, negra e religiosa, é quase tão misteriosa como o verde do mar.
Quase cem anos depois, as influências afro-brasileiras e religiosas persistem na construção cultural da cidade. Fundada em 29 de março 1549 por Tomé de Sousa, a capital baiana já existia muito antes dessa “descoberta portuguesa”, contendo algumas etapas de formação.
Formação da cidade
Para o historiador Ricardo Carvalho, a primeira etapa de formação da cidade de Salvador aconteceu em novembro de 1951, quando o navegador florentino Américo Vespúcio adentra a Baía de Todos os Santos.
Podemos dizer que Salvador e a Baía de Todos os Santos foram descobertas naquele dia, no dia de Todos os Santos, em 1º de novembro de 1501”, explica Carvalho.
Já o processo de miscigenação, que resultou no primeiro casal interracial em solo baiano aconteceu por volta de 1510, quando chega em Salvador o primeiro morador europeu, Diogo Álvares Correia, o Caramuru, na praia do Rio Vermelho.
Ele se envolve afetivamente, maritalmente, com Paraguaçu, a filha do cacique e, assim se forma a primeira família, digamos assim, interracial, a primeira família integrando a Europa e o Brasil”, contextualiza Carvalho.
Da Redação
Por Alberval Figueirêdo