Rui Costa já antecipou que montagem do governo busca contemplar capacidade técnica e política, visando articulação no Congresso Nacional e governabilidade
Lula orientando ministro chefe da Casa Civil, Rui Costa
Às vésperas de o Congresso Nacional iniciar a discussão de projetos de interesse do governo, como a reforma tributária e as medidas provisórias editadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
O Palácio do Planalto intensificou as articulações com os partidos para preencher as vagas restantes nos ministérios e definir quais siglas ficarão com o comando das todas as nomeações para cargos de segundo e terceiro escalão, de forma a não prejuficar as pautas.
O último esforço para distribuir cargos e fortalecer a base aliada do governo no Congresso ocorreu durante as negociações para reeleger Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como presidente do Senado, mas ainda há muitos espaços de direção vagos na Esplanada e em empresas estatais, como a Codesvasf e FNDE, que estão na mira do União Brasil.
Na última semana, Lula fez a primeira reunião do conselho político desde que deu início ao seu terceiro mandato como presidente. Na ocasião, conforme o Metrópoles, solicitou que ministros e líderes do governo no Congresso destravem as nomeações para dar fôlego ao Planalto na volta dos trabalhos legislativos, logo após o feriado.
Ministros têm tido “carta branca” para definir os principais cargos de suas pastas, como o de secretário-executivo e o de chefe de gabinete. Outros nomes, porém, precisam do aval da Casa Civil. Auxiliares palacianos reconhecem certa demora na definição das nomeações, mas julgam o cenário como “natural”, dado que o governo tem pouco mais de um mês.
No Ministério do Trabalho, por exemplo, apenas um dos secretários havia sido nomeado até o fim da última semana – e ele não faz parte dos acertos políticos para o fortalecimento da base.
Trata-se do ex-ministro petista Gilberto Carvalho, que será secretário Nacional de Economia Popular e Solidária. Outras secretarias, como a de Inspeção do Trabalho, que tem o importante papel de coibir o trabalho análogo à escravidão no país, seguem vagas e estão sendo negociadas.
Em meio à disputa por cargos, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), braço direito de Lula, afirmou à Folha de São Paulo, no entanto, no último dia 6, que a montagem do governo Lula busca contemplar capacidade técnica e política, visando articulação no Congresso Nacional e governabilidade.
A declaração ocorreu após a primeira reunião ministerial do governo. O ministro foi o único dos 37 a falar com a imprensa após o encontro.
“Não são composições com pessoas diferentes. São composições que buscam buscar pessoas que reúnam as duas qualidades: tenham representação, do peso politico no Congresso, e tragam consigo uma capacidade técnica de encaminhar aquilo que é pertinente à sua pasta e à área onde ele vai ser indicado”, afirmou Rui Costa.