O presidente Lula prometeu nesta terça-feira (13) lançar o “novo PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, criado em suas gestões anteriores, no próximo dia 2 de julho, classificado por ele como “um grande programa para o desenvolvimento nacional, com obras de infraestrutura em todas as áreas. O lançamento pode ocorrer na capital baiana, no Bicentenário da Independência da Bahia, em que a presença do presidente está para ser confirmada. Ele fez um aceno ainda para uma possível ampliação do programa Minha Casa Minha Vida para a classe média.
“A gente resolveu recriar essas políticas públicas, para, a partir de 2 de julho, lançar um programa de grandes obras de infraestrutura em todas as áreas”, declarou o petista em transmissão ao vivo nas redes sociais para falar sobre os seis meses de governo.
O início das atividades do PAC estava previsto para abril, no marco dos 100 dias do governo, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia. Depois, a pasta informou que o lançamento ficaria para maio. Mas acabou ficando para junho. E, agora, deve ocorrer no início de julho.
Ele ainda destacou que essa gestão tem trabalhado mais do que qualquer outro governo da sua história e que os primeiros meses do seu mandato a busca foi por repaginar políticas públicas já consagradas em suas gestões anteriores. O novo momento é de anúncios de novas medidas.
“Até porque encontramos um governo destruído pela gestão anterior [Jair Bolsonaro] , com 14 mil obras paradas, sendo 4 mil só no setor da Educação e, diante desse contexto, só acho que o povo precisa ter um pouco de paciência porque não vai ter fake news em nosso governo. Quando a gente resolveu aumentar o salário mínimo, a gente disse: vai aumentar um pouquinho agora, mas daqui para frente todo o ano o salário mínimo vai ter aumento real. Quando resolvemos aumentar a tabela do Imposto de Renda para R$ 2.640,00, é porque queremos chegar a R$ 5 mil no final do meu mandato sem pagar imposto de renda”, elencou.
O mandatário ainda falou sobre o impasse que tem ocorrido entre o Movimento Sem Terra (MST) e o agronegócio. Para ele, não há incompatibilidade entre o pequeno e o grande produtor [agronegócio].
“Portanto, nós [governo] precisamos ajudá-los e conscientizá-los que precisam viver em paz. E se, as pessoas tiverem essa compreensão, da parte do governo não existe nenhuma objeção a eles. O que queremos é que o Brasil cresça e eles cresçam juntos. O que se precisa ter é competência, capacidade de articulação para fazermos os assentamentos necessários, uma reforma agrária tranquila e pacífica, e é essa que faremos, com o apoio do Incra, com a consciência de que o país precisa ter segurança alimentar e precisa produzir muito, ter um estoque regulador”, frisou.
O líder petista, por fim, não deixou de citar a relação com o Congresso que tem dificultado sua governabilidade.
“Um mandato de quatro anos acaba sendo curto, quando precisamos do Congresso para aprovar os projetos importantes e as vezes a gente não conseguimos o que desejamos.. Mas costumo dizer para os meus ministros que tenho pressa, nada de ter medo de cara feia. Teremos dificuldades, mas temos que acreditar que vamos vencer e temos que fazer nosso trabalho. Se tem uma coisa difícil, temos que desenrolar porque é assim que governaremos o país”, concluiu, deixando claro o otimismo em conseguir maioria no Parlamento, de forma a conseguir maioria para gerir com menos pressão do que vem acontecendo atualmente.
As declarações foram feitas durante entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), emissora estatal, na primeira edição de evento batizado como “Conversa com o Presidente”, transmitido pelas redes sociais e apresentado pelo jornalista Marco Uchôa.