Um diálogo entre Fernando Henrique Cardoso e Luís Roberto Barroso
/ auditório da Fundação FHC
O ministro Luís Roberto Barroso, que defendeu a legalização das drogas Carlos Humberto/STF/Divulgação
Não basta descriminalizar o porte de drogas para uso pessoal. É preciso legalizar e regulamentar a produção e a venda, começando pela maconha. Foi o que defendeu o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, no seminário “Descriminalização do Uso de Drogas: um Debate Inadiável”, na Fundação Fernando Henrique Cardoso. “Meu objetivo número 1 é quebrar o poder do tráfico”, disse Barroso.
“Não adianta ficarmos obcecados em eliminar o consumo de drogas no mundo, pois não vamos conseguir. É muito melhor fazer como foi feito com o cigarro, cuja política de controle adotada no Brasil é hoje um exemplo mundial”, defendeu o ex-presidente FHC.
“Existe muita confusão em relação a termos como descriminalização, legalização e regulação. Gostaria que os debatedores esclareçam essa questão”, pediu o diplomata Miguel Darcy de Oliveira, que moderou o encontro.
Já o pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Francisco Inácio Bastos, coordenador da Pesquisa Nacional sobre Crack, criticou os limites existentes para estudar drogas no Brasil. “Com frequência surgem produtos novos e não é possível monitorar essas substâncias se a gente não sabe do que se trata. Como transportá-las para a Fiocruz? São meses de burocracia e, se eu for parado numa blitz, posso ser considerado traficante. É muito importante que a ciência possa trabalhar com liberdade e em diálogo com a sociedade”, disse Bastos.
Nota da Redação
Trata-se de um tema de extrema importância para sociedade. É necessário convidar para o debate médicos especialistas, que poderão explicar de que maneira o uso da maconha é o primeiro passo para o acesso às outras drogas como a cocaina e outras sintéticas.
Assistimos todos os dias, famílias destruídas, mães desesperadas pedindo socorro para salvar seus filhos, quando muitos deles chegam a assassinar mães e pais em buca do dinheiro para comprar drogas. E o sistema policial como vai funcionar, a justiça como julgará? Trata-se de um debate amplo e profundo. O tráfico já está com ramificações decisórias na polícia e na justiça.
Por falta de políticas públicas os jovens já são cooptados pelo tráfico formando verdeiros exércitos.
Da Redação por Alberval Figueiredo – Jornalista