Para ex-ministro, radicalização no enfrentamento a golpistas favorecerá extrema direita no país
O ex-ministro da Justiça e da Defesa Nelson Jobim, que também presidiu o STF (Supremo Tribunal Federal), disse ser necessário ter “sapiência e clareza ao tratar o incidente do dia 8” porque um acerto de contas após os atos golpistas pode revigorar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Nós temos que saber ter tolerância. Se o governo e os democratas começarem a agir com uma retaliação generalizada, vamos ter uma radicalização, e aí isso fortalece o Bolsonaro”, afirmou Jobim em seminário virtual promovido nesta quinta-feira (19) pela Fundação FHC, ligada ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
O ex-ministro Nelson Jobim durante evento em São Paulo em 2022 –
“Radicalizar não adianta. Nós precisamos superar”, acrescentou, na contramão da bandeira “sem anistia” encampada pelos petistas e pela maior parte da esquerda.
Para ele, uma “direita democrática” precisa ser fortalecida no Brasil para isolar a extrema direita, o que inclui as franjas radicalizadas do bolsonarismo. “Precisamos estimular a direita democrática e encontrar líderes para ela, porque é ela que vai reduzir a expansão do bolsonarismo.”
O ex-ministro avaliou que “o apagão de inteligência foi de todos” os envolvidos na segurança dos prédios e defendeu que as investigações demonstrem se a negligência “foi subjetivamente intencional”.
“Temos que nos lembrar que o responsável pela proteção dos palácios é o GSI [Gabinete de Segurança Institucional da Presidência]. Onde estava a Guarda Presidencial? Onde estavam as ações do GSI? Não sei se tinha ciência… Foi um apagão de in“teligência em um nível de, para não dizer incompetência, leniência no que diz respeito às ações e precauções.
Da Redação