Os presidentes da Venezuel e da Guiana vão se reunir no Brasil para voltar a debater a disputa territorial pela região de Essequibo
Os presidentes a Guiana, Irfaan Ali, e da Venezuela, Nicolás Maduro, apertam as mãos em Argyle, no arquipélago caribenho de São Vicente e Granadinas — Foto: Marcelo Garcia/Presidência da Venezuela/AFP
Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, vão se reunir no Brasil daqui a três meses ou em um novo prazo a ser acordado, para voltar a debater a disputa territorial pela região de Essequibo, rica em petróleo
Eles escolheram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um de seus interlocutores internacionais e o secretário-geral da ONU, António Guterres, como um dos observadores.
Maduro e Irfaan Ali se encontraram nesta quinta-feira (14) em Argyle, no arquipélago caribenho de São Vicente e Granadinas. Eles concordaram em não usar a força “em nenhuma circunstância” para resolver a questão territorial. O assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, foi um dos interlocutores da reunião em nome de Lula. Foi emitida uma declaração conjunta com 11 tópicos.
Os dois países concordaram ainda que “qualquer controvérsia entre os dois Estados se resolverá em conformidade com o direito internacional, incluindo o Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966”.
Nesse acordo, o Reino Unido – que colonizava a Guiana – reconheceu que existe uma disputa pelo território desde o século 19. Porém, a Guiana obteve a sua independência naquele mesmo ano e a questão se arrasta desde então. No começo do mês, Maduro patrocinou um plebiscito que reivindica a posse de Essequibo.
Por Alberval Figueirêdo