Local no East Village abre com filas e plano de vendas online; cidade estima que indústria possa criar 24 mil empregos
Pessoas esperam em fila para comprar Cannabis em Manhattan, Nova York –
Apesar de Nova York não ser a pioneira na legalização da venda de cânabis recreativa nos Estados Unidos, a inauguração da primeira loja especializada na substância na cidade seguiu o dilema filosófico: se uma árvore cai na floresta e ninguém nota, ela faz barulho?
Como a fila tem ocupado diariamente todo o quarteirão da Broadway, no sul de Manhattan, epicentro da atenção nacional e internacional, pode-se dizer que a venda de maconha faz uma barulheira desde o último dia 29, quando foi inaugurada a Housing Works Cannabis Store.
Na tarde da última quinta-feira (5) a longa aglomeração se destacava por outra característica não associada a nova-iorquinos nativos: estranhos puxavam conversas amistosas como se fossem conhecidos. Também não é comum uma fila voluntária, associada a recreação, reunir idosos e adolescentes —estes isolados do mundo por fones de ouvido.
“A experiência em varejo fez da Housing Works um símbolo ideal para inaugurar o programa”, diz Dawson, destacando também que a fundação recruta funcionários entre a população que atende, em muitos casos “tirando gente das ruas para ter um emprego decente”.
Justiça social é fator na concessão de licenças no modelo nova-iorquino, explica a supervisora. “Queremos privilegiar e engajar indivíduos e famílias de condenados por porte de maconha, penalizadas desproporcionalmente por antigas práticas de policiamento.”
A prefeitura estima que a nova indústria pode criar até 24 mil empregos e gerar vendas de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões) na cidade cuja economia continua castigada pelo choque da pandemia de Covid, com mais da metade dos espaços comerciais vazios.
Da Redação>Folha.>Alberval Figueiredo