Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada no último domingo (25), a deputada Tabata Amaral, do PDT, criticou a decisão do governo em pagar emendas do orçamento de forma secreta a parlamentares e comentou sobre a recepção do ex-presidente Lula ao líder venezuelano, Nicolás Maduro.
“Tem uma frase do Gilberto Gil que é o mundo pior e melhor ao mesmo tempo. Que bom que temos um governo que permitiu o fim do orçamento secreto, mas que ruim que a gente esteja vivendo um momento em que pagamentos que foram prometidos no passado estão sendo feitos. Sabemos que uma boa parte desse dinheiro vai ser escoado para a corrupção. Esse é um pouco do lugar difícil que eu e outras pessoas ocupamos de entender a complexidade das coisas”, disse a parlamentar em entrevista.
Ao ser questionada sobre os rumos do governo, a deputada respondeu:
“É uma frustração. Quando eu pontuo que é um erro pagar orçamento secreto é porque eu levo a sério o combate à corrupção. Quando eu pontuo que é um erro elogiar a ditadura de Maduro, é porque eu acredito que a ditadura não pode ser recebida com honra, seja de direita ou esquerda. Essas frustrações e as pontuações que eu faço, que muita gente não entende, vêm desse lugar. Eu tenho muito medo que a gente volte a ter alguém como Bolsonaro no poder”, disse Tabata Amaral.
“Você nunca vai ver de mim apontamento de dedos. São frustrações de quando o governo não entende que algumas coisas precisam ser diferentes. Eu quero tanto que o Brasil dê certo e tenho tanta preocupação que a gente volte ao cenário que estava antes, que vai caber a mim muitas vezes ser a chata, a idealista, mas que tem muito pé no chão, e dizer: os tempos mudaram e a gente precisa ser democrata nas nossas atitudes e levar a sério o combate à corrupção”, acrescentou a parlamentar.