Eleições 2022: “Tudo certo na Bahia”.
Candidata derrotada nas eleições de 2016 e de 2020, Jucélia ocupa cargo na pasta da saúde no Governo do Estado e sempre jurou fidelidade à Rui Costa.
Desde as últimas eleições, ela já tinha desembarcado num partido fora da base, e concorreu ao lado do DEM, mas continuava propagando apoio petista. Chamou Adailton Francisco para ser seu vice na chapa, depois que ele deixou o PT e se filiou ao PSB.
Em 2020, insistiu e conseguiu um vídeo de apoio à sua campanha para prefeita de Valença, gravado pelo Senador Jaques Wagner (PT), causando estremecimento com o partido a nível municipal e também reações de petistas do Diretório Nacional a um ato considerado de infidelidade partidária por parte do ex governador.
A professora Flor era candidata a vice prefeita de Ricardo Moura (PSD) e, na época, escreveu carta de repúdio. A essa altura, ela deve estar pensando: “eu avisei”, mas com espírito nobre, maturidade, e sendo militante leal de primeira hora, Flor não quer se manifestar sobre o assunto. Vai apoiar Jerônimo, Otto, Lula e vida que segue.
Agora, com o cenário mais desenhado para a disputa ao Palácio de Ondina, as informações são que Jucélia já escreveu o pedido de exoneração do cargo no Governo e vai declarar apoio ao postulante do União Brasil, o ex prefeito de Salvador, com quem Jucélia já teve conversas, se definindo que, dessa vez, estará contra Rui, Wagner e Otto em 2022.
Certamente deve haver um movimento para evitar o desembarque, mas fontes afirmam que ela está decidida.
Indícios da aproximação com o grupo carlista não são de hoje: Jucélia apoiou Bruno Reis, então candidato do DEM para deputado estadual em 2014, quando ainda era prefeita, direcionando os votos também para o então Presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, que também era candidato a estadual e apoiador de Rui.
Jucélia foi sucessora de Ramiro, ganhou de virada nas eleições de 2012 e aderiu ao então Governador Wagner, que ajudou sua gestão com a instalação do Sac e Samu em Valença. Os dois equipamentos foram destaque de seus argumentos em 2016, quando tentou a reeleição, apoiada pelo PT de Valença, e em 2020, quando novamente quis voltar ao Palácio de Mármore.
Esse ano, será a primeira vez que ela sobe num palanque diferente desde 2014.
Provavelmente, Jucélia deve ir para o Podemos, sigla do ex juíz Sergio Moro, como fez o deputado federal Raimundo Costa, um dos seus aliados políticos.
Em 2016, Jucélia levantou bandeira na campanha contra o golpe parlamentar que retirou Dilma da presidência, que tinha Moro como um dos antagonistas.
Dizem também que ela pretende ser candidata a deputada estadual para tentar se manter em evidência e não ser trocada nas eleições de 2024.
Pra federal, Jucélia pode se dividir entre Dal e Raimundo, já que ambos estiveram em sua campanha para prefeita.
As divisões atuais são, na visão dos mais antigos sábios da política baiana, apenas um desenho claro de quem é quem na fila do Ferry e cada um pro seu lado.
Como diz a música de Saulo: ” Tudo certo na Bahia”.
NOTA DA REDAÇÃO
Esta matéria foi publicada no site Baixo Sul em Pauta em 27 mar, 2022
Por Alberval Figueirêdo