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Governo Lula está ‘muito lento’ e ‘medroso’, diz líder do MST

 

De acordo com Stédile, as promessas de campanha no campo social não estão sendo cumpridas por Lula.

 

João Pedro Stédile, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), expressou sua insatisfação com a falta de agilidade do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em ‘cumprir suas promessas de campanha no campo social’.

Segundo Stédile, o governo está sendo “muito lento” e “medroso” em relação à política interna, especialmente nas áreas que envolvem a questão agrária. Ele apontou que, até o momento, nenhuma família foi assentada.

“Na política interna, o governo está muito lento, lerdo. Me atrevo a dizer, em algumas áreas, até medroso. Até agora nenhuma família foi assentada”, disse em entrevista ao site Metrópoles.

O líder do MST criticou a falta de medidas por parte do governo para resolver o problema enfrentado pelo movimento. Ele enfatizou que, para um governo que tem o apoio do MST, seis meses é um tempo considerável para não apresentar soluções concretas.

“Para um governo nosso, seis meses é muito tempo para não ter nenhuma solução objetiva. As famílias da nossa base não querem saber se o MST é amigo do Lula ou não, mas quando vão resolver o problema da terra”, afirmou.

Stédile também expressou descontentamento com Lula, afirmando que foi um equívoco do presidente voltar a usar a palavra “invasão”. Ele negou que o MST adote essa prática e argumentou que o movimento busca a ocupação de terras improdutivas para promover a reforma agrária.

Essas declarações mostram a cobrança de Stédile por uma ação mais efetiva do governo na implementação de políticas relacionadas à questão agrária e ao assentamento de famílias do MST.

Alvo da CPI do MST

João Pedro Stédile está sob a mira dos deputados da CPI do MST e foi convocado a prestar depoimento em agosto. O movimento está enfrentando críticas e a CPI está revelando o que chamam de “farsas” do MST.

Parlamentares da comissão realizaram visitas a propriedades invadidas pelo movimento no oeste de São Paulo, incluindo Presidente Prudente, Rosana e Sandovalina. Durante essas visitas, os deputados filmaram as condições precárias dos acampamentos, entrevistaram pessoas que afirmaram terem sido enganadas com promessas de terras e encontraram barracões destinados à doutrinação ideológica. Um documento assinado pelo relator da CPI, Ricardo Salles contém essas informações.

O relatório da visita, que contou com a presença da Polícia Civil paulista, afirma que há um padrão de invasão e estruturação das terras em curto espaço de tempo, mesmo com grandes distâncias envolvidas. Esses elementos evidenciam o uso de pessoas em extrema pobreza como massa de manobra política.

O texto também destaca as condições degradantes em que os invasores vivem, afirmando que estão em uma situação possivelmente pior do que trabalhadores em condições análogas à escravidão. Muitos barracos estão desocupados e servem apenas como marcos. Além disso, chamou a atenção a presença de carros com placas de vários estados, como Paraná e Mato Grosso do Sul, que não pertenciam aos sem-terra presentes no local. As áreas ocupadas ficam sempre próximas a rodovias e não foi identificado um líder específico.

Essas informações reveladas pela CPI do MST reforçam as críticas e controvérsias em torno do movimento, levantando questões sobre suas práticas e alegações de engano e manipulação política.