Quatro ex-titulares conversaram com Wagner, cotado para voltar ao posto após crise

Senador Jaques Wagner (PT)

A permanência do ministro da Defesa, José Múcio, no cargo, foi defendida em uma rara reunião virtual entre cinco ex-integrantes da pasta na manhã desta quarta (11).

O grupo composto por Nelson Jobim, Aldo Rebelo, Raul Jungmann e Fernando Azevedo pediu o encontro com Jaques Wagner, que serviu no posto brevemente em 2015, no segundo governo de Dilma Rousseff (PT).

Senador pelo PT-BA, Wagner tem sido lembrado pelos petistas que querem a cabeça de Múcio, acusado de fraqueza no trato com as Forças Armadas na crise que culminou com os ataques de radicais bolsonaristas às sedes dos três Poderes em Brasília, no domingo (8).

Ministro da Defesa é elogiado por habilidade e temperamento, mas avaliação é que momento exige outro perfil

A cúpula do PT torce para que o ministro da Defesa, José Múcio, peça para deixar o cargo espontaneamente, citando desgaste pessoal ou apelo de familiares.

Seria uma saída honrosa para ele, que pouparia o presidente Lula (PT) da tarefa de demitir um aliado antigo com poucos dias de governo.

Múcio é considerado dentro do governo um bom político e hábil negociador, além de pessoa afável e de fácil trato.

O deputado federal eleito João Leão (PP) admitiu a possibilidade de deixar o comando estadual do PP em abril, quando o partido se reúne para definir a composição do diretório. O pepista, que era vice-governador da Bahia até o final do ano passado, comanda a legenda desde 2014.

“Acho sim que podemos fazer uma renovação no partido, para que outras pessoas assumam essa função. Tenho defendido que haja um rodízio anual na presidência. Isso será bom. Vamos tratar disso e tomaremos sempre posições de forma conjunta”, disse Leão.

São favoritos para substituírem Leão os deputados federais Mário Negromonte Júnior e Ronaldo Carletto. O atual presidente elogiou os dois nomes, mas também lançou para o cargo o prefeito de Jequié e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá.

“Ele quer lançar o prefeito de Jequié, porque é inimigo do ex-governador e hoje ministro Rui Costa, tentando manter o partido na oposição, só pensando em vingança pessoal porque não conseguiu ser governador”,comentou um deputado que preferiu ficar no anonimato.

Uma ala do partido defende Mário Negromonte Júnior porque tem como vantagem o fato de possuir um bom trânsito entre as duas alas do partido, a que defende a reaproximação com o PT nacionalmente e local, e que é maioria entre os políticos de mandato. Uma outra ala almeja dar continuidade à aliança recente com o grupo do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).

Lula com sua esposa Janja

Já Ronaldo Carletto tem como trunfo o fato de que ficará sem mandato a partir de fevereiro – ele foi suplente do deputado federal Cacá Leão na disputa pelo Senado na chapa de ACM Neto e não concorreu à reeleição, apoiando o sobrinho Neto Carletto (PP), eleito para a Câmara Federal. – e a boa relação com o senador Jaques Wagner.

Setenta e duas horas após ser eleito Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos,

descansou na casa de veraneio do deputado federal Ronaldo Carletto (PP), em Caraíva, no município de Porto

Seguro, onde permaneçeu por três dias, acompanhado da esposa, Janja. Será este um grande trunfo?

Da Redação

Por Alberval Figueiredo -Jornalista

Política Livre