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Dino prorroga pela segunda vez uso de Força Nacional para proteger a Esplanada dos Ministérios

As sedes dos Poderes depredadas por vândalos golpistas

As sedes dos Poderes depredadas por vândalos golpistas Cristiano Mariz/Agência O Globo

 

O ministro Flávio Dino a prorrogou, pela segunda vez, o uso da Força Nacional de Segurança Pública para a proteção da Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes.

Apesar de não haver qualquer movimentação golpista programada, muito menos acampamentos defronte a quartéis, o ministro da Justiça optou pela precaução.

De acordo com uma portaria publicada no Diário Oficial de hoje, foi autorizada “a prorrogação do uso das Força Nacional para auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes” até o dia 2 de fevereiro.

​​​​​​​A Força Nacional está atuando em Brasília desde o dia 7, véspera do ato golpista.

Da Redação>Figueirêdo

Lula prevê agenda com Maduro e presidente de Cuba durante viagem à Argentina

Presidente vai ter uma reunião bilateral com o presidente argentino, Alberto Fernández, na próxima segunda-feira

 

Governos dos dois países conversarão sobre gasoduto Vaca Muerta, na Argentina — Foto: Reuters via BBC

Governos dos dois países conversarão sobre gasoduto Vaca Muerta, na Argentina — Foto: Reuters via BBC

Com o objetivo de imprimir uma “marca latina” no início de seu mandato na primeira viagem internacional após a posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai na próxima semana à Argentina e ao Uruguai. Durante a agenda, o petista também deve se reunir com o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e com o presidente da VenezuelaNicolás Maduro.

Nicolás Maduro toma posse para segundo mandato como presidente da Venezuela  | Mundo | G1

Nicolás Maduro recebe faixa presidencial durante cerimônia de posse como presidente da Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Na segunda-feira (23), Lula terá uma reunião bilateral com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e na terça o petista participa, em Buenos Aires, da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O Brasil retornou à Celac no dia 5 de janeiro, três anos após o ex-presidente Jair Bolsonaro deixar o grupo. O encontro entre Lula com Díaz-Canel e Maduro deve ocorrer durante a Celac.

Da Redação>Figueiredo

Lula anuncia medidas emergenciais de amparo às comunidades indígenas

O Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública, após identificar crianças e idosos em estado grave de malária, infecção respiratória ou desnutrição

Lula: Na noite de ontem, 20, o presidente institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami (Ricardo Stuckert/Divulgação)

Lula: Na noite de ontem, 20, o presidente institui o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami (Ricardo Stuckert/Divulgação)

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou neste sábado em Boa Vista, Roraima, para visitar terras indígenas ocupadas pelos Yanomami, que têm enfrentado graves problemas de saúde. Na primeira agenda, o petista visitou o hospital indígena e a Casa de Apoio à Saúde Indigena. O principal objetivo da visita é o anúncio de ações emergenciais para a população Yanomami.

“Eu vim pra cá para dizer que vamos tratar os nossos indígenas como seres humanos, responsáveis por parte daquilo que somos. É desumano o que eu vi aqui. O presidente que deixou à presidência esses dias, se ao invés de fazer tanta motociata, tivesse vergonha e viesse aqui, quem sabe esse povo não estivesse abandonado como está”, afirmou o presidente durante a visita.

“É muito triste saber que indígenas, sobretudo 570 crianças Yanomami, morreram de fome durante o último Governo. Tomaremos medidas urgentes diante dessa terrível crise humanitária imposta contra nossos povos, oferecendo todo suporte necessário a eles”, declarou em nota a ministra Sonia Guajajara.

O Ministério da Saúde criou o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE – Yanomami), que terá a responsabilidade de articular ações integradas com os gestores de âmbito estadual e municipal do SUS.

Da Redação>Figueiredo

Jerônimo garante pagamento do piso nacional dos professores na Bahia

PT oficializa Jerônimo Rodrigues como pré-candidato ao governo da BA em  2022 | Eleições 2022 na Bahia | G1

 

O governador Jerônimo Rodrigues (PT), garantiu que a Bahia vai pagar o piso nacional dos professores, definido pelo Governo Federal em R$ 4.420,55. O anúncio foi feito em reunião realizada neste sábado, 21, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Para 2023, a lei do piso estabeleceu uma correção de 14,95% em relação ao anterior.

Estiveram presentes na reunião as secretarias estaduais da Educação (SEC); da Administração (SAEB); da Fazenda (SEFAZ); do Planejamento (Seplan), além da Casa Civil e da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

“Estávamos aguardando a definição do governo federal em relação ao percentual do reajuste e agora estamos nos debruçando sobre os impactos no orçamento estadual. Esse é um governo que tem afinidade com os profissionais da educação e fica o nosso compromisso de fazer o esforço que for preciso para garantir o cumprimento da Lei do Piso”, disse Jerônimo após a reunião.

No ano de 2022, os professores receberam um ganho real de 33,24%. Segundo informações divulgadas pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia, mais de 33 mil coordenadores pedagógicos e professores, entre concursados e contratados por meio do REDA, foram remunerados com valor superior ao piso nacional do magistério.

O salário base referente à carga de 40 horas semanais foi de R$ 3.850. Sobre este valor, são acrescidos ainda 31,18% referentes à regência de classe. De acordo com as informações, a remuneração de um professor em início de carreira na rede estadual de ensino, em 2022, foi de R$ 5.054,43.

Secom/BA>Figueiredo

Lula demite comandante do Exército após crise de confiança

Decisão ocorre 13 dias após ataques aos três Poderes; novo comandante fez discurso defendendo respeito ao resultado da eleição

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu o comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, em meio a uma crise de confiança aberta após os ataques do dia 8 de janeiro, em Brasília. A decisão foi comunicada ao militar neste sábado (21).

O novo chefe da Força é o atual comandante militar do Sudeste (responsável por São Paulo), general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva. Nesta semana, ele havia feito um discurso incisivo de defesa da institucionalidade, pedindo o respeito ao resultado das eleições e afirmando o Exército como apolítico e apartidário.

Homem fardado está em tribuna fazendo discurso

O general Júlio Cesar de Arruda, demitido do posto de comandante do Exército pelo presidente Lula neste sábado (21) – Marcos Correa – 28.dez.2022/Divulgação Presidência da República

Arruda tinha sido nomeado para o comando da Força em 28 de dezembro, antes da posse de Lula como presidente. Ele havia sido escolhido por critério de antiguidade pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.

Segundo auxiliares do presidente, a decisão foi tomada porque Arruda não demonstrou disposição de tomar providências imediatas para reduzir as desconfianças de Lula em relação a militares do Exército após a invasão do Palácio do Planalto e das sedes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso. Arruda relutou em expôr o Comando Militar do Planalto, que no mínimo falhou no dia 8.

Em uma conversa recente com Múcio, Arruda afirmou que não se sentia “forte junto à tropa” para conduzir um processo que seria apontado por muitos como um expurgo —além disso, ele enfrenta problemas de saúde.

José Múcio assume Defesa, diz que Brasil tem 'tradições pacíficas' e que  Forças Armadas estão a serviço da democracia | Política | G1

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, durante cerimônia na sede da pasta — Foto: Reprodução

De acordo com relatos de aliados de Lula e generais ouvidos pela Folha, a gota d’água para exoneração foi Arruda ter resistido ao pedido de Múcio para que o tenente-coronel Mauro Cid fosse retirado do comando de um batalhão do Exército em Goiânia (GO).

Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) e, como a Folha revelou, entrou na mira da PF (Polícia Federal) após serem identificadas transações suspeitas no gabinete do mandatário. O militar está nos EUA com o ex-presidente.

Na sexta-feira (20), após o portal Metrópoles também noticiar o caso, Lula ordenou a Múcio que Cid fosse retirado da função de comando. O ministro da Defesa conversou com Arruda durante a noite e ele, segundo relatos, resistiu à ordem.

Pesou ainda na decisão, segundo aliados de Lula, a crise dos acampamentos golpistas em frente ao QG do Exército. O ponto alto foi o veto que Arruda e o comandante Militar do Planalto, general Gustavo Dutra, deram à retirada dos bolsonaristas extremistas no quartel na noite de 8 de janeiro.

Mesmo a destituição não foi tranquila. Arruda queixou-se em reunião com os outro 15 integrantes do Alto-Comando do Exército neste sábado que Lula, e não Múcio, é que deveria ter lhe comunicado a demissão. Foi aconselhado a aceitar calado.

Tomás, como é chamado, já havia sido cotado para o cargo, mas alguns petistas temiam que sua grande capacidade de articulação o tornasse uma força independente, assim como Eduardo Villas Bôas foi quando escolhido por Dilma Rousseff (PT) no fim de 2014 —o ex-comandante foi o artífice da volta dos fardados à política.

Além disso, o general está na linha sucessória natural, sendo o mais antigo detentor de quatro estrelas do Alto-Comando, ao lado de Valério Strumpf.

Homem branco fardado, na foto aparece apenas seu rosto e busto, sua feição é séria

O general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste e escolhido por Lula para ocupar o posto de comandante do Exército

Em discurso na quarta-feira (18) durante uma cerimônia no QGI (Quartel-General Integrado), em São Paulo, que o resultado das urnas deve ser respeitado, independentemente do presidente exercendo o mandato.

Sem citar o nome de Lula, o comandante afirmou que “não interessa quem está no comando, a gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”. Disse também que ainda que houvesse um “turbilhão, terremotos, tsunamis”, continuarão coesos, respeitosos e garantindo a democracia.

Em outro trecho, afirmou: “Quando a gente vota, tem que respeitar o resultado da urna. Não interessa. Tem que respeitar. É isso que se faz. Essa é a convicção que a gente tem que ter. Mesmo que a gente não goste”, afirmou. “Nem sempre a gente gosta. Nem sempre é o que a gente queria. Não interessa. Esse é o papel de quem é instituição de Estado. Instituição que respeita os valores da pátria, como de Estado.”

Folha>Figueirêdo

Alvo de atentado, consulado do Brasil no Chile pede reforço na segurança

Testemunhas disseram que o suspeito parecia dissimular um surto, enquanto funcionários avaliam que ele pode ter se inspirado nos atos terroristas ocorridos em Brasília

Fotos da Embaixada do Brasil no Chile

Após ser alvo de um atentado na última quarta-feira (18), a embaixada do Brasil no Chile pediu reforço na segurança. O suspeito chegou a ser detido, mas acabou solto depois de audiência de custódia.

De acordo com informações da coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, a diplomacia brasileira formalizou o pedido junto à polícia local, depois que um brasileiro destruiu as instalações do consulado-geral, em Santiago, com um cajado.

Segundo a publicação, diante do ocorrido, os atendimentos no local foram suspensos até o domingo (22). O Itamaraty enviará ainda uma psicóloga para prestar apoio aos funcionários que trabalham no consulado, que ficaram abalados após o atentado.

“O Consulado Geral do Brasil em Santiago informa que estará fechado para atendimentos por motivo de força maior, pelo menos, até 22 de janeiro de 2023. Novas notícias sobre a reabertura serão transmitidas por esse canal. Os atendimentos já agendados para o período de fechamento serão cancelados para remarcação assim que a situação estiver normalizada”, diz nota oficial.

Conforme relatos, o homem entrou no local em busca de uma passagem aérea para voltar ao Brasil e, ao receber resposta negativa, usou um cajado para destruir guichês e equipamentos. Os bilhetes só são concedidos gratuitamente mediante emergência e comprovação de que o cidadão brasileiro está em situação de desvalido.

Segundo a coluna, testemunhas apontam que ele parecia dissimular um surto, enquanto funcionários avaliam que o homem pode ter se inspirado nos atos terroristas ocorridos em Brasília.

A equipe que trabalha no consulado chegou a ficar encurralada durante a depredação e algumas pessoas se abrigaram no banheiro, temendo que se tratasse de um atirador. O suspeito acabou sendo contido pelo motorista e por um guarda terceirizado, até ser levado aos policiais.

Da Redação> Figueiredo

DRFR apreende mais de mil porções de drogas na RMS

Investigadores da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) apreenderam mais de mil porções de drogas na última quinta-feira (19), na região do Jambeiro, em Lauro de Freitas. Os entorpecentes foram localizados durante a apuração de um crime de furto.
As equipes da DRFR estavam na Av. Progresso para localizar o endereço da suspeita de cometer o crime, quando notaram a fuga de três indivíduos armados.
Ao escapar da abordagem, entretanto, o trio deixou duas mochilas repletas de drogas: 700 pinos e 26 papelotes de cocaína, 555 trouxas e um pedaço de maconha e 30 pedras de crack. Os entorpecentes já estavam prontos para comercialização. No local, também havia uma pedra pequena de pasta-base de cocaína.
Todo o material, assim como um caderno de anotações, aparelhos celulares e R$ 42 em dinheiro, foi apresentado na DRFR. As investigações continuam, a fim de localizar os responsáveis pelas drogas.

 

SSP/BA > Figueiredo

Lula vai a Roraima para oferecer suporte aos indígenas Yanomami vítimas de desnutrição

Governo declarou emergência de saúde pública e decretou a criação de comitê para enfrentar casos de desnutrição grave e malária na região. Presidente deve anunciar outras ações emergenciais na viagem.

 

Crianças Yanomami com desnutrição severa são atendidos por equipes do Ministério da Saúde — Foto: Condisi-YY/Divulgação

Crianças Yanomami com desnutrição severa são atendidos por equipes do Ministério da Saúde — Foto: Condisi-YY/Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarca na manhã deste sábado (21) em Boa Vista (RR) para acompanhar os trabalhos dos ministérios dos Povos Indígenas e da Saúde na Terra Indígena Yanomami.

Na noite de sexta-feira (20), o Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para enfrentar à desassistência sanitária das populações no território Yanomami. Desde segunda-feira (16), técnicos da pasta resgataram ao menos oito crianças Yanomami em estado grave.

O presidente Lula também decretou a criação Comitê de Coordenação Nacional, para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população. O plano de ação deve ser apresentado no prazo de quarenta e cinco dias, e o comitê trabalhará por 90 dias, prazo que pode ser prorrogado.

A visita de Lula a Roraima também é um desejo antigo de lideranças indígenas que participaram dos grupos técnicos do gabinete de transição do petista.

O presidente Lula durante encontro com parlamentares nesta quarta (11) — Foto: Adriano Machado/Reuters

Em uma rede social, o petista comentou a viagem a Roraima. “Bom dia. Chego agora pela manhã a Boa Vista e visitarei o hospital indígena e a Casa de Apoio à Saúde Indígena, onde conversarei com profissionais de saúde e povo Yanomami. Somaremos esforços na garantia da vida e superação dessa crise”, declarou o presidente.

A avaliação feita pelos integrantes é que a situação sanitária no território caminha para uma “crise humanitária” – devido ao aumento de casos de desnutrição em crianças e ao avanço do garimpo ilegal na região.

G1>Figueiredo

Lula dá protagonismo ao Nordeste e muda correlação de forças no governo

Rui Costa não descarta tentativa de reeleição de Lula em 2026 | Brasil | Pleno.News

Preidente Lula com ministro-chefe da Casa Civil Rui Costa

 

O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente iniciou com nova correlação de forças dentro do governo e do PT, com maior protagonismo de políticos de estados do Nordeste.

O novo cenário representa o coroamento de uma geração de governadores eleita em 2014, reeleita em 2018 e que em 2022 ajudou a dar a Lula uma frente de 12,5 milhões de votos no Nordeste, sendo determinante para sua vitória sobre Jair Bolsonaro (PL).

O presidente reconheceu a força eleitoral dos ex-governadores e levou cinco deles para a Esplanada dos Ministérios: Rui Costa (PT), da Bahia, Camilo Santana (PT), do Ceará, Flávio Dino (PSB), do Maranhão, Wellington Dias (PT), do Piauí, e Renan Filho (MDB), de Alagoas.

Ao menos dois deles ganharam protagonismo nos primeiros dias de governo, sobretudo após os ataques de extremistas que resultaram na invasão e depredação das sedes do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino assumiu o cargo com missões espinhosas e se tornou a principal face pública do enfrentamento aos bolsonaristas que participaram dos ataques de 8 de janeiro.

Por outro lado, também se tornou vidraça de opositores, que enxergam inação da pasta frente aos protestos que antecederam a invasão aos prédios da praça dos Três Poderes.

Ao longo do governo, Dino tratará de outros temas sensíveis como a relação com o Judiciário e o regramento para acesso a armas por civis.

Outro nome que despontou na linha de frente nos primeiros dias é Rui Costa, ministro da Casa Civil e responsável pela gestão de projetos prioritários do governo. Ele tem participado do enfrentamento aos atos golpistas e buscou interlocução com militares, área sensível ao novo governo.

Outros três ex-governadores de estados do Nordeste tomaram posse em pastas estratégicas e de orçamento robusto. Camilo Santana, que vai gerir um orçamento de R$ 147 bilhões na Educação, tem conduzido agendas positivas que incluem o reajuste do piso salarial de professores e a promessa de um novo pacto pela alfabetização.

Wellington Dias, que governou o Piauí por quatro mandatos e é um dos interlocutores mais próximos de Lula, está no comando do Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família, programa que é uma das marcas das gestões do PT e que será relançado. Já o alagoano Renan Filho comanda a pasta dos Transportes com a chancela do MDB.

As cinco indicações fortaleceram o grupo de ex-governadores, que têm boa interlocução entre si e atuaram juntos no Consórcio Nordeste, servindo como contraponto a Bolsonaro.

Na sexta-feira (20), nove governadores do Nordeste se reuniram em João Pessoa e discutiram as prioridades de cada estado e da região. Uma carta será elaborada até a próxima quinta (26) para ser encaminhada a Lula com demandas.

Antes mesmo da eleição, Lula já dava indícios de que valorizaria esta nova geração de aliados. Em junho do ano passado, afirmou que “a melhor safra de bons governadores do país aconteceu no Nordeste”. Também se solidarizou com eleitores da região alvo de ataques de apoiadores de Bolsonaro.

O movimento de Lula foi na direção contrária ao de seus dois primeiros mandatos, entre 2003 e 2010, quando nomes de São Paulo, ligados ao núcleo duro do partido, assumiram os postos-chave.

Também é um contraponto a Bolsonaro. O ex-presidente iniciou seu governo em 2019 sem nenhum ministro nordestino, mas abriu espaço ao longo da gestão, contemplando nomes da região como Gilson Machado, Fábio Faria, Rogério Marinho, João Roma e Marcelo Queiroga.

Ao longo de seu mandato, o ex-presidente teve relação tensa com os governadores do Nordeste, aos quais criticou pela adoção de medidas de contenção da pandemia da Covid-19 e sobre quem fez declarações em tom preconceituoso.

Os ex-governadores têm em comum o fato de serem pragmáticos e terem uma visão política mais ao centro, em contraste com o perfil mais à esquerda da bancada do PT no Congresso.

Dino e Camilo, por exemplo, chegaram a ter partidos como PSDB e DEM como aliados nos estados. Rui Costa se destacou por firmar parcerias público-privadas e por conduzir uma reforma da Previdência em âmbito estadual que gerou críticas dos servidores.

Os ex-governadores também são criticados pela atuação na área ambiental. Conforme apontado pela Folha, Rui Costa, Flávio Dino e Wellington Dias deixaram as gestões de seus estados com um passivo de recordes de desmatamento do cerrado em um período de oito a dez anos.

Na avaliação do cientista político Cláudio André de Souza, professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, a estratégia de Lula em convocar ex-governadores reflete a busca por lideranças políticas efetivas, que tenham trânsito no Congresso.

A escolha serve como um aceno a uma ala do PT que se mostrou vitoriosa: “É uma região que decidiu as eleições. Por isso, há uma expectativa de que o Nordeste comece a ter maior peso na definição das táticas eleitorais do partido”, afirma.

Ele ainda destaca que, com 19 ministros, a região Sudeste ainda tem um peso relevante, refletindo a necessidade de o PT disputar politicamente uma região que concentra 40% do eleitorado e onde perdeu espaço nas últimas eleições.

Além dos ex-governadores, outros sete nomes do Nordeste foram alçados a ministérios: José Múcio (Defesa), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Margareth Menezes (Cultura), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), André de Paula (Pesca), Juscelino Filho (Comunicações) e Jorge Messias (AGU).

Nascido no Rio de Janeiro, mas com carreira política no Rio Grande do Norte, o senador petista Jean Paul Prates foi indicado para assumir a presidência da Petrobras. Dos nove estados do Nordeste, a Paraíba é o único sem nomes contemplados com cargos-chave do novo governo.

O núcleo de São Paulo do PT segue prestigiado com quatro ministros: Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Luiz Marinho (Trabalho), além de Aloizio Mercadante no comando do estratégico BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

O espaço ocupado, contudo, representa um revés comparado ao primeiro governo Lula iniciado em 2002, quando nomes como Antônio Palocci, José Dirceu e Luiz Gushiken, todos de São Paulo, formaram o núcleo duro do governo.

A força do diretório paulista nas decisões do partido historicamente causa discórdia entre petistas. A despeito de ser o berço político de Lula, o PT paulista nunca venceu uma eleição para o governo do estado, mesmo tendo concorrido em todas desde 1982.

Nas últimas eleições, o estado também viu os candidatos do PT sofrerem derrotas nas eleições presidenciais. Em 2022, Bolsonaro teve 55,2% dos votos de São Paulo contra 44,8% de Lula.

Hoje, com um cenário de poder dividido entre os grupos de São Paulo e de estados do Nordeste, as insatisfações ganharam corpo em outros diretórios, sobretudo nas regiões Norte, Sul e em Minas Gerais.

O Rio Grande do Sul, onde o PT já elegeu dois governadores e ainda mantém uma relativa capilaridade, indicou o deputado federal Paulo Pimenta para a Secretaria de Comunicação Social.

No caso de estados como Minas Gerais e Pará, os petistas viram aliados locais de outros partidos serem prestigiados com ministérios, mas ficaram sem espaço no primeiro escalão do governo.

Presidente do PT no Pará, o senador eleito Beto Faro diz que não há insatisfação: “Não tem essa crise, o governo tem que ser amplo. O que queremos são políticas públicas para a nossa região”.

João Pedro Pitombo/Folhapress

Por Alberval Figueiredo

Ministro de Lula rejeita elo de Forças Armadas com golpistas e diz aguardar comprovações para punições

Após reunião do presidente com comandantes, Múcio diz que ‘militares estão cientes e concordam’ sobre providências a serem adotadas

 

Sala com mesa com três bancadas, ao fundo, está o presidente Lula, entre os demais homens presentes, estão os comandantes das Forças Armadsa vestindo uniformeO

Reunião do presidente Lula com os comandantes das Forças Armadas, no Palácio do Planalto – Ricardo Stuckert/Divulgação

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou nesta sexta-feira (20) que aguarda “comprovações” para que sejam adotadas providências contra militares que participaram dos atos de vandalismo em 8 de janeiro. Múcio disse que os militares estão cientes e concordam com isso.

Ele deu a declaração após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com os comandantes das Forças Armadas.

“Não foi discutida [punição de militares], porque isso está com a Justiça. Estamos atrás, aguardando as comprovações para que providências sejam e serão tomadas.”

“Eu entendo que não houve envolvimento direto das Forças Armadas. Agora, se algum elemento individualmente teve a sua participação, ele vai responder como cidadão”, afirmou o ministro a jornalistas, no Palácio do Planalto.

Folha>Figueirêdo